sábado, 28 de maio de 2011

Quero os meus amigos junto a mim, com seus olhares de fogo e suas emoções. Eis que chegou Marcos Bayer. Apreciem.

Das letras que arrepiam
Marcos Bayer

            Escrever é a capacidade de reunir palavras de tal forma que provoquem emoções. Não se sabe dizer de onde elas nascem, mas provavelmente a emoção é resultado de conclusões que brotam dos registros gravados no tecido cerebral.
            O fundamental é ter habilidade para expressar sem pincel, nem tintas, sem instrumentos musicais, nem voz ou sem fotogramas um filme colorido na cabeça do leitor.
            Os mestres são capazes de contar numa centena de páginas uma revolução, paixões caleidoscópicas, crimes desvendados e até a luta entre um peixe e um velho e o mar.
            O texto que não conseguir transportar aquele que o lê para o cenário onde acontecem os fatos, não tem valor.
            O escritor, mais do que o orador de qualquer tribuna, é um grande administrador. Passam por sua mente infinitas idéias sobre milhares de temas. Ele tem que selecioná-las, compô-las e grafá-las, ou como se diz modernamente, fazer um down load delas:
Tua boca vermelha, teu cheiro de mulher, teu ventre macio, teu riso, teu gosto.
Olhares de fogo e paixões vulcânicas...
Larvas quentes que amornam meu peito
E correm sobre meu corpo embrulhado pela tua carícia úmida
De um corte rubro que protege o fruto do prazer...
Não sou suficiente para conter o que sinto
E sou pequeno diante da dor
Não tenho estrutura para compreender o mundo
Apenas ator daquilo que sou
E vivo inconstante entre o riso do alívio
E o choro do pavor.
Não há que ter rima
Apenas ânima e sabor. Louvor...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Agora o poema em português.

ADEUS OU ATÉ BREVE

Nos meandros da vida,
seres se encontram e se separam.
Assim tem sido nosso amor.
Encontrei em ti momentos de felicidade,
de ternura  e de sorrisos.
Muitos.
Fui feliz demais, não nego,
e agradeço aos Céus por me haver proporcionado tudo isto.
Foram poucos momentos,
mas que valeram uma eternidade.
“Que seja infinito enquanto dure”,
já disse o poeta e isto valeu para nós dois.
O Destino agora nos separa
como em outras ocasiões da nossa trajetória.
O que fizemos em outras eras um para  outro,
reflete-se também neste Tempo.
Amar continuamos nos amando,
porém separados
acalentando no coração
a febre da paixão que nos uniu.
Juntos, não mais.
Tal qual Romeu e Julieta
---- o desencontro do Amor---.
Quis ser a lua refletindo tua luz,
mas amarras do passado ainda existem
e só com muita perseverança,
com muita disposição,
empenho em nos voltarmos para nossos semelhantes,
sem sermos apegados à matéria,
poderemos, quem sabe um dia,
em nova trajetória, cada qual mais lúcido,
poderemos, aí sim,
caminhar juntos na mesma direção.
Então, Amor,
Adeus ou Até Breve.
Maura Soares, aos 26 de maio de 2011, 05.45h


Coisa boa quando se tem amigos. O poetamigo Mario Tessari, a meu pedido, transpôs para o idioma italiano o poema de hoje, 26.5.2011, "Adeus ou Até Breve". Inaugura o setor bilingue deste blog. Eis aí em italiano e em português.


ADDIO O ARRIVEDERCI

Nella complessità della vita,
esseri si trovano e rompersi.
Questo è stato il nostro amore.
Ho trovato in te momenti di felicità,
di tenerezza e di sorrisi.
Molti.
Ero troppo felice, non negano,
e ringrazio il cielo per me l'hanno promossa.
Ci sono stati alcuni momenti,
ma erano vale un'eternità.
"Che sia infinito finchè dura"
disse il poeta e ne valeva la pena per noi.
Il destino ci separa ora
come in altri momenti della nostra storia.
Quello che abbiamo fatto in epoche precedenti l'un l'altro,
riflette anche in questo momento.
Amare continuare ad amare noi,
ma separati
nutrire il cuore
febbre della passione che ci ha riuniti.
Insieme non di più.
Come Romeo e Giulietta
--- un amore impossibile di eseguire ---.
Voleva essere la luna a riflettire la tua luce,
legami del passato, ma ci sono ancora
e solo con grande perseveranza,
molto disponibile,
impegno per affrontare gli altri
senza essere attaccato alla materia,
possiamo forse un giorno,
su una nuova traiettoria, ogni più lucido
possiamo, sì,
camminare insieme nella stessa direzione.
Così Amore,
Addio o Arrivederci.
(Versão de Mario Tessari em poema de Maura Soares. Aos 26 de maio de 2011, 05.45h)


domingo, 22 de maio de 2011

"FAMIGLIA" SOARES

            FAMIGLIA”

            Ninguém nasce numa família por acaso, fato mais que provado. Assim, creio fielmente que na minha família, também.
            Tal qual um clã, a minha “famiglia” se sustenta.
            Desde o patriarca, apelidado carinhosamente de “Old John”, que seus 10 filhos mantém a tradição em encontros, almoços festivos, risadas, gozações... sempre saudáveis, nas mais das vezes regadas com umas 4 ou 9 cervejas e um bom vinho! Ah, doces, carnes, massas...o que for de bom.
            A descendência de “Old John”  ficou menor com dois que já partiram, mas estão sempre presentes em espírito quando a turma se reúne.
            De origem humilde, porém trabalhadora, operário da luz e força, “Old John” criou sua prole na honestidade, no gosto pelo trabalho, no cumprimento do dever, tanto que ganhou disparado, o Prêmio de Operário-Padrão do Estado de Santa Catarina, em 1968, com direito a Troféu, Diplomas e Comenda e, também, passagem e estadia paga ao Rio para concorrer com outros operários, igualmente cumpridores dos seus deveres, de outros Estados brasileiros.
            Não me recordo para qual Estado foi o prêmio de Operário-Padrão do Brasil, mas merecedor, com certeza.
            Bem, falando em família, a nossa família reuniu-se – parte dela – no Dia das Mães deste 2011 e, agora, neste fim-de-semana, com a visita de irmão que reside em São Paulo. Com ele fomos ao Ribeirão da Ilha, para que revivesse o que ainda há de bom em matéria de natureza e gastronomia.
            Acompanhando nosso pai, Azuir, este o nome do brother, tem simpatia pelo Avaí, mas perde feio pro restante da família, todos verdealvinegros – Figueirense, claro!
            “Old John” dizia que em toda família tem que haver oposição, pois é da dialética que nasce a luz – que ele ligou em muitas residências da capital, quando na ativa.
            Pois bem, só para ilustrar, vai uma foto batida dia 21 de maio com Azuir e um avaiano que amo muito, Prof. Dr. Nereu do Vale Pereira, foto esta batida por mim na Pousada e Museu do Ribeirão, no dia em que o querido professor lançou seu livro sobre o Boi de Mamão. O mar do Ribeirão com Azuir em foto solo, também batida por mim.
            A paisagem do mar do Ribeirão também figura em foto batida por Tobias Caldeira, sobrinho.
            Azuir aparece em foto com a descendência do Mauro, outro irmão, já com duas netas e aguardando uma terceira. “Famiglia”  bonita, com certeza.
            Os irmãos estão presentes comigo em outra foto.
            Toda esta digressão tem razão de ser, pois este irmão quase não pode estar presente, em função de seu trabalho em São Paulo e infelizmente, na foto oficial da “famiglia” que abre este blog, ele não aparece.
            Mas nunca é tarde. Então, aí estão as fotos com o brother presente.
            That´s it!
            Maura Soares, aos 22 de maio de 2011, 10.10h   

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Elucubrando sobre quando fechar a cortina.

NÃO IMPORTA  MAIS

Enterrem-me em algum lugar,
depois que meu espírito subir.
Pouco me importa o que irão fazer do meu cadáver.
Podem dar aos porcos,
quem liga.
A carne deles sairá mais saborosa,
quem sabe.
Me joguem numa vala, também,
 ninguém ligará.
Corpos sem vida não tem mais serventia.
O que fiz ou deixei de fazer,
isso importa.
Isso pesará  lá na porta de entrada,
quando e se me derem o passaporte para um lugar melhor.
Mas façam de mim o que quiserem.
Quero ir nua,
despida de todos os males,
de todas as desgraças
que porventura devo ter causado.
De todos  os choros,
de todas as insatisfações que tenha provocado.
Quero deixar o meu sorriso,
a minha complacência e também as minhas desventuras.
Quero deixar os amores saudosos de mim.
Quero levar comigo os abraços fraternos,
os beijos quentes,
o amor transcendente.
Quero levar os meus pensamentos bons
e aqui deixar as amarguras.
Quero ir sem nada nas mãos
a não ser a luz que delas deverão emanar.
Quero ir assim, sem nada e deixar aqui,
tudo.
Tudo o que não fiz,
tudo o que esperei,
tudo o que amei,
tudo o que desejei.
Quero ir assim,
sem nada!
Maura Soares, aos 18 de maio de 2011, 21.30h

terça-feira, 17 de maio de 2011

Ilustrando o blog mais um poema de Emanuel Medeiros Vieira



OFÍCIO

Emanuel Medeiros Vieira

Mal rompe a aurora:
papel,  lápis afiado, borracha.
Nada muda nada?
Continuas: sempre.
A palavra.
Não importa que (quase) ninguém queira mais saber.
Prevalência de imagens, aparelhos eletrônicos
Soberano reino do aparecer.
Chove lá fora: solitário ofício – desde menino.
Desaparecerá o sonho de ouvir e de contar histórias?

Rompeu a aurora e continuas:
o café ficou frio, o leite talhou, o pão é  dormido.
(O que importa?)
Médium, antena.
Freud já sabia: os poetas chegaram antes de nós.
“Publicar é pôr o espírito humano em leilão”
(Emily Dickinson).
Dar a cara ao tapa:
este  o ofício.
Agora, tudo é noite.
(E desmoronamos.)
Navegando, aportando,envelhecendo – a caminho da eternidade
(As Parcas sempre chegam – para todos: fúteis, soberbos, sonhadores.)
(Salvador, maio de 2011)

Pura inspiração ou foi o vinho?

AH, SE SOUBESSES!

Ah, se soubesses como dói a dor da despedida,
nem começarias a me dizer adeus.
O coração dispara,
os sentidos se embotam
e a saudade toma conta.
Vem à tona a lembrança das horas
em que passamos juntos.
A mão na mão, o abraço apertado, os beijos saborosos
o sexo como nunca havia acontecido...
As promessas que me farás de retorno aos meus braços
sei que não se concretizarão, mas há a esperança.
Ah, se soubesses como lágrimas furtivas
caem nas minhas faces ao ver-te caminhando
ao teu novo destino...
Só quem ama muito
pode sentir essa tristeza.
Os momentos felizes ficarão na lembrança;
poderei então sonhar com eles todas as noites;
verei teu olhar em todos os olhares;
ouvirei  tua voz em meus sentidos a me dizer palavras de carinho,
de amor, de desejo e ficarei novamente só à espera,
quem sabe, de novo encontro.
Maura Soares, aos 17 de maio de 2011, 17.16h

domingo, 15 de maio de 2011

Mais um poema dedicado aos apaixonados.

VOLÚPIA

Quando ele me chamava e com seus braços fortes
me puxava de encontro ao seu grande porte,
sua boca ávida junto à minha chegava
e seu hálito forte se juntava ao meu.
Quando seu corpo de mim precisava
nossos corpos se fundiam
numa volúpia sem par.
Buscava o equilíbrio,  mas não conseguia
as pernas me tremiam e eu me entregava.
Louca com este amor insano
eu me deixava conduzir quieta
ou em gritos, em ais de um amor profano
que em mim ele sempre todos os dias desperta.
São coisas do amor do qual sempre sonhamos.
Ah, volúpia, por que de mim  te acercaste?
Tens em mim tua escrava;
já me dominaste.
Desfaleço a cada toque teu.
Sonhando contigo não me entrego a Morfeu
que faz das minhas noites horas de insônia
a esperar-te louca para num gesto puro,
inocente e rouca
gritar “chegaste” e me lançar com fúria
no gosto doce/amargo de tua boca!
Maura Soares
Aos 9/11/2009 - 23.38H – horário de verão

sábado, 14 de maio de 2011

Mais um poema.Esta palavra que não se esgota.

DE GOTA EM GOTA

De gota em gota pingas tuas emoções
que reprimes não sei porquê.
Coloca pra fora tudo o que está contido em teu ser.
Ama, canta, dança, pula,
te faz de bobo, quem se importa.
Revela tuas emoções, teus medos,
és o senhor da tua história
e só por ti ela será contada.
O mais que faças não vale nada
diante do teu pensar,
do teu altar onde colocas o amor ideal.
Vai em busca daquilo que desejas,
mas não vás com pressa,
às carreiras, pois o amor tem maneiras de se expressar.
Procura, no entanto, ouvir teu coração,
pois teu pensamento já está fixo.
No entanto, peço que ponderes
o que para ti vale a pena:
deixar o amor escapar
com medo de cometer uma loucura ou
será o medo do remorso?
Se for assim, escuta o bate-que-bate do teu coração.
Não é melhor se arrepender depois de fazer,
ou não fazer e ficar remoendo as entranhas?
Assim, de gota em gota solta tuas amarras,
pois com o amor não há farras,
é somente um tempo pra se aconchegar.
De gota em gota poderás, por fim, te libertar.
O amor vale a pena, seja em que circunstância for.
Há sempre alguém à espera do teu amor.
Cai gota, cai e revela a alma que está aí,
pura, límpida, só falta despertar.
Aos 14 de agosto de 2010—21.20h

13 de Maio é o aniversário da nossa Ponte Hercilio Luz.Sem uso desde 1982, um absurdo! Quantas verbas,Cristo Senhor, já vieram para sua recuperação. Abaixo, um texto que escrevi e publiquei em 2010.

A PONTE DE TODOS NÓS

            O caderno especial “Ponte Hercilio Luz”, encartado no Noticias do Dia de 30/31  de janeiro 2010, editado por Carlos Damião, a quem já tive o prazer de cumprimentar por sua coluna e seu trabalho jornalístico, é o tipo de material que tem que se guardar para futuras pesquisas.
            Ao longo de minhas leituras em jornais da capital, tenho colecionado os cadernos que falam sobre a ponte, sempre na época de seu aniversário, 13  de maio (todos os cadernos já se encontram no acervo do Instituto Histórico). Os outros cadernos falam da ponte, contam a história, mas ainda não havia a esperança de uma melhora.
            A Ponte era o caminho por onde passávamos – toda a grande família Soares -  para visitar nossa avó que residia no Estreito à rua Raimundo Corrêa, casa da qual tenho boas lembranças.
            Este caderno sobre a Ponte também me recorda a obra da Profa. Djanira Andrade “Hercílio Luz, uma Ponte Integrando Santa Catarina”, que cita o nome do meu pai, João Auta Soares, a quem entrevistou, pois ele trabalhou no pedágio da Hercilio Luz, pois suas declarações foram importantes para a pesquisadora. O nome de meu pai  também foi citado pelo escritor Sérgio da Costa Ramos em uma de suas crônicas a respeito da Ponte.
            Agora, a Ponte Hercílio Luz inaugurada em 1926 e, como meu pai dizia, projetada para passar trem dada a sua solidez, volta à baila para servir como elo de ligação a um trabalho social em campanha da RIC RECORD, RECORD NEWS  e NOTICIAS DO DIA, de suma importância, a de angariar em um curto período de tempo, um valor para somar no auxílio de uma menina – Isabeli – para que ela possa fazer a tão sonhada cirurgia na China e possa voltar a enxergar.
            Creio que Isabeli já enxerga com os olhos do espírito tamanho o carinho com que muitas pessoas da sociedade estão se cotizando para ajudá-la.
            A Ponte que já serviu de tema para filmes, música e documentários, está há quase 30 anos no compasso de espera para sua recuperação.
            Ora em coma profundo, ora em coma induzido, conseguiu abrir parcialmente os olhos para servir a Isabeli e ambas, quem sabe, poderão enxergar a vida que corre célere lá fora, lá onde o vento sul bate com mais força, trepidando sua passagem e onde, com certeza, se Deus quiser, logo logo estaremos passeando sobre ela, pois como diz o editor Carlos Damião a “Recuperação (está) na reta final”.
            Que Deus o ouça, nobre jornalista e que os Anjos digam “Amém”, tocando a música de Luiz Henrique, o Rosa.
(escrito em 2010 e publicado no Jornal Noticias do Dia)
Maura Soares
Academia Desterrense de Letras
Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina
Grupo de Poetas Livres

quinta-feira, 12 de maio de 2011

13 de maio. Libertação dos Escravos. Que liberdade? Poema de 2010, ainda atual.

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN (I)

Liberdade, esta palavra que o sonho humano alimenta,
diz o Romanceiro, de Cecília Meireles
Liberdade!
Que liberdade é esta se ainda ficamos presos às amarras do passado?
Que liberdade é esta se não se tem o direito de ir e vir como se deseja?
Que liberdade foi aquela instituída por lei, serrando as algemas do escravo?
Ele está ainda preso aos ditames de outras leis;
ele ainda precisa do alimento, do teto para morar,
da terra para arar concedida por aquele que, por lei, o libertou.
O escravo dando prejuízo ao seu senhor...era bem mais fácil libertá-lo.
Deixá-lo à sua conta, soltá-lo, para que por seu próprio risco, sobreviver.
Não só o negro, mas o branco, o índio, amarrado,
aguilhoado a concessões de bolsas-familia, bolsas-escola, bolsas-alimentação...
Dá-lhe o mínimo e é com o mínimo que sobreviverá.
Mas que sobrevivência é esta se liberdade não tem
para buscar o seu sustento e o da família?
Libertas quae sera tamen...
Liberdade ainda que tardia...
Quando acontecerá, se o homem brasileiro depende do governo,
aquele brasileiro comum que ao longo dos anos não tem escolas,
não tem terra, não tem teto, não tem alimentação.
De que liberdade falam?
Que liberdade comemorar?
Dia 13 de Maio...
“Quebrou-se a algema do escravo”, diz o hino da nossa Santa e bela Catarina,
“...é cada homem um bravo, cada bravo um cidadão”.
Que cidadão é este, que cidadania é esta se somos obrigados a votar
sob pena de não recebermos o minguado salário?
Que cidadania é esta se nos falta, repetimos, pão, água, casa, estradas, educação?
Gritos pela liberdade neste dia---em vão!
Gritos por mais escolas---em vão!
Gritos---só o que se ouvem ---Gritos!
Para qual liberdade?
Para qual amarra?
Para qual sentimento?
Dá-lhe só um pouco, pois é com o pouco que viverá e,
por pensar pequeno, por receber o mínimo,
que o brasileiro  se contenta e a liberdade,
ainda que tardia, jamais chegará!!
Aos 13 de maio de 2010 – 6.15h
Maura Soares.

domingo, 8 de maio de 2011

COMEMORANDO O DIA DAS MÃES EM 2011

No domingo, 8 de maio de 2011, lá fui eu de carona para um almoço da familia em um restaurante na Meia Praia, Itapema,SC
Maravilhoso dia e lindo mar com a espuma branca da onda batendo forte na praia.
O dia estava belíssimo. Os restaurantes da orla todos lotados. No Recanto da Sereia, onde tinhamos reserva, a numeração que pegamos iria ultrapassar as 16 horas, devido ao número de pessoas na fila. Resolvemos então ver a possibilidade do Casa da Lagosta. Muito bom, recomendo. Bom atendimento apesar do movimento.
Após o almoço, as fotos. Inspirei-me com o mar e bati algumas fotos tentando captar a rebentação da onda. Segue uma delas.
Registro fotos da familia (parte dela, claro) após o almoço delicioso de frutos do mar.
Desta feita não tomei vinho. I was not in the mood, talvez por causa da minha amigdalite, fiquei na água mineral.
Fotos registradas com brincadeiras, como sempre, fomos a Camboriú fazer uma visita a uma loja de roupas femininas, inaugurada dia 20 de abril e recomendada por amigos.
Curiosa em ver a loja, lá chegamos.
Este espaço do blog não tem patrocínio, pois não sou a Bethânia, mas o que é bonito faço comercial gratuito.
Fiquei encantada com a loja Très Jolie Luxe que fica no piso térreo do Atlântico Shopping, loja 33. Captei algumas fotos e escolho uma.
Fiquei encantada com as roupas finas e bem talhadas da loja. O movimento estava bom para um domingo Dia das Mães.
Quem projetou a Loja soube bem delinear o espaço. Encantei-me com um candelabro, as cadeiras e as mesas rústicas que souberam compor o belo cenário, apesar de não ser uma loja de grandes dimensões.
Fomos bem recepcionadas pelas vendedoras, solicitas e registradas também em foto.
Devido ao adiantado da hora, retornamos a Florianópolis.
Caros amigos e amigas que acessarem este blog: se quiserem roupas femininas finas e bem talhadas, deem uma passadinha por lá.
O nome é significativo: Très Jolie---Muito bela!!
Maura Soares, em 8 de maio de 2011, 20.30h

REFLETINDO....

Os caminhos de todas as mães deveriam ser repletos de flores, mas as flores, principalmente as rosas, tem espinhos e são esses espinhos que, nas mais das vezes, sangram suas mãos.
Elas, porém, com galhardia, vão vencendo todas as vicissitudes.
Por mais estranho que possa parecer, até por um filho assassino a mãe chora.
Também sorri com o coração ao ver seu filho dizer a palavra que a define.
Maura Soares, reflexão na manhã do Dia das Mães, 8 de maio de 2011, 06.45h
 
Dia 8- Número do dia que simboliza a Justiça---que se faça Justiça com todas as Mães e que os governos e governantes deem a elas todas as condições de poder criar seus filhos numa sociedade mais justa.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Homenagem a Eunice Leite da Silva Tavares, da amiga Maura. Na homenagem que faço, homenageio todas as mães amigas.

POEMA PARA NICINHA

Pois é, lá no recôndito da memória,
as aulas do ginásio.
Tempo bom na Florianópolis sem a loucura
do terceiro milênio;
tempo das domingueiras no Lyra,
do carnaval com o encontro dos blocos de Lyra e Doze;
do lança-perfume, dos bailes de mascarados...
Lá, perdida no tempo e na memória,
certo dia a Poesia reencontrou Nicinha
e juntas estamos a continuar com a amizade adormecida
pelo tempo, com casamento, filhos, obrigações...
Tempo agora ainda revendo o Amor,
ainda desejando o Amor, ainda sentindo o Amor...
Cada qual, a seu jeito, amando o Amor.
Nicinha quase ninguém sabe quem é,
mas todos ao ver seu sorriso contagiante
sabe que Nicinha – Eunice – aquela cujo sorriso cativa
ao mais sisudo ser, retorna com seus poemas precisos,
objetivos, sua eficiência na diretoria do GPL.
Juntas, rimos das nossas adversidades,
dos nossos amores fugidios,
das nossas desventuras.
Nossos filhos já criados, mas ainda muito preocupadas com cada qual.
Nicinha é isso aí e muito mais.
No Dia das Mães---não me canso de dizer que Dia de Mãe é todo dia---,
homenageio esta Amiga dos tempos remotos,
pois ela me tem provado que Nicinha é única,
e como disse em outro poema:
 o nome Nicinha não rima em poema algum,
rima com ela mesma.
Seu nome Eunice rima sim, com MEIGUICE.
Beijos no coração, Amiga!
Maura Soares, aos 6 de maio de 2011
Homenagem para o Dia das Mães – 8 de maio de 2011

Poema de 2010, já meio farta de tanta pieguice com o nome de Mãe. Saiu este poema às 4 da manhã, acredite quem quiser, mas é nesta hora que a inspiração me acorda. Fazer o que? Pego a prancheta, caneta e mãos à obra. Volto a dormir e pela manhã revejo.

PARA TODAS ELAS
Acordo, na madrugada fria
Lembro que é domingo, um domingo de maio
Dedicado às mães
Que mães?
As da Praça de Maio
que ainda choram a falta dos filhos?
As das favelas das grandes cidades
que em sobressalto aguardam seus amados voltarem da rua?
As mães de assaltantes,
bandidos, assassinos cujo vício os levou à prática de crimes?
As mães que vivem em luxuosos apartamentos,
mas que deixam seus filhos largados à procurar animação em boates?
As mães que oram junto a imagem de Cristo
pedindo paz ao mundo?
Não importa qual tipo de mãe se apresenta:
mãe é mãe em qualquer circunstância
até naquela mãe que para não sofrer como ela,
 abandona o filho recém nascido num lugar qualquer
ansiando pela caridade alheia e um destino melhor para a sua cria
Mãe é mãe: a que ampara, a que acarinha,
a que chora a despedida, a  que ri, a que grita,
a que silencia, a que dança, a que se agita,
a que caminha, a que faz poesia,
a que conversa, a que trabalha.
Tantas mães numa só Mãe.
Na dualidade do universo, no criar os seres
para a perpetuação da espécie,
 Deus criou um ser que com seu jeito aliviaria a dor do mundo
se assim fosse permitido:
Deus criou a Mãe!
E assim disse:-  homens, aí está alguém que não deseja guerra,
 mas a Paz; que não deseja tristeza,
 mas alegria; que não deseja desespero,
mas esperança; que não deseja ódio,
mas o amor.
Só o amor constrói,  frase dita e repetida inúmeras vezes,
mas só as mães avaliam e seguem esse preceito divino
Só o AMOR constrói
 – o amor da necessidade do ser amado ao seu lado,
o companheiro das lutas
O AMOR das suas crias ao seu redor
em dias alegres, tristes ou festivos
O AMOR do Cristo para todos
 em toda a ETERNIDADE!
Aos 9 de maio de 2010 – 4h –madrugada

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sonho ou verdade? Ou apenas desejos a serem concretizados?

COISAS  DA MADRUGADA

O sereno molhava a vidraça deixando certa umidade no ar.
Ela levantou, foi à janela, olhou a rua na madrugada. Nada.
Ninguém  a passar.
Seu corpo doía da noite mal dormida.
O dia anterior havia sido de cansaço.
Muito cansaço.
Sem forças para empreender qualquer coisa, havia se deitado,
 mas a noite fora povoada de sonhos.
Sonhos que desejava fossem verdadeiros, mas apenas sonhos que
se esvaíram do pensamento quando ela, em um movimento,  acordou.
O relógio da cabeceira marcava três horas.
- Não acredito que tenha dormido tão pouco, pensou.
No entanto, não fez disso uma preocupação. Pensou no que a fizera acordar-se.
Ah, o sonho.
Relaxou seus músculos e recordou.
O lugar era silencioso, uma música suave tocava no ambiente de um
 lugar qualquer da parede, controlado por alguém.
Ela estava em pé perto da cama que não era a sua, não sabia dizer qual.
No leito um homem repousava, de lado, com um braço sob o travesseiro.
 Sua face estava serena, como a dormir o sono dos justos,
ou satisfeito após o desejo saciado.
E ela em pé ao lado da cama a observar aquele homem com a face tão serena.
Seu coração lhe dizia que o amava, mas quem  era ele?  Onde o conhecera?
Em algum lugar do universo os dois haviam se encontrado,
 tinha plena convicção disto.
Sentiu frio e um impulso de deitar-se ao lado daquele homem.
Os pés estavam gelados. Olhou e viu estar descalça.
Resolveu aconchegar-se nas cobertas.
O homem se mexeu e passou o braço sobre ela.
Ela sentiu o calor dele em seu corpo.
Beijou o braço que pesava em seu peito.
Quem é este homem, por que estou aqui,
e por que me sinto tão bem, tão relaxada?
Amo este homem, é isso?  Quem é ele?
De onde o conheci?  Por que esta paz que há tanto tempo não sinto? 
Por que seu corpo me aquece, me dá tranqüilidade?
Em que profundezas do universo nos encontramos?
O calor do homem a faz recordar da noite em que passaram juntos,
os beijos, as carícias, os sexos se encontrando num desejo que fora reprimido,
mas que explodira como uma louca paixão.
Deixou-se levar pelo devaneio com o seu corpo sendo aquecido por ele que,
no seu repouso, qual um menino, ficara na mesma posição,
só com um braço sobre ela.
E a paz reinou em seu coração.
Nisso, o relógio, programado, bateu as seis horas.
Sobressaltada, acordou.
Havia sido somente um sonho.
Aos 20 de maio de 2010 – 5.05, madrugada.